Depois da faxina, o voto e a eterna vigilância
Todos acompanham os desdobramentos das operações da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça, que buscam desmontar quadrilhas, organizações criminosas, que se infiltraram nas instituições públicas e setores privados buscando dilapidar os cofres públicos. As investigações seguem, as prisões seguem, as sentenças condenatórias chegam e as prisões são levadas a efeito. Bilhões de reais desviados por diversos meios com destaque para os superfaturamentos e os pagamentos de propinas.
Tudo representando uma grande covardia contra os brasileiros trabalhadores, mas fundamentalmente, afetando as camadas mais desprotegidas da população, que dependentes do Estado sofrem nos corredores de hospitais e aumentam as estatísticas da criminalidade e da vulnerabilidade social. Nos 8,515 milhões de quilômetros quadrados, um cenário dramático e de horror, levando sofrimento a uma população continental de milhões de habitantes.
Evidentemente existe uma minoria abastada que não sofre com crise e, ao contrário, dela se beneficia. Entretanto, em função dos diagnósticos críticos o Governo Federal e as Unidades da Federação – queremos acreditar - trabalham para, por exemplo, construção de estabilidade monetária, controle da inflação, crescimento econômico, geração de emprego, distribuição de renda e conquista de bem-estar das pessoas. Por hipótese vamos aceitar que o Governo Federal e as Unidades da Federação estejam fazendo sua parte (cortando despesas) e os contribuintes entregando suas veias dilatadas diante de seguidas picadas, ajudando no fluxo sanguíneo para salvar o paciente moribundo, que se encontra à beira do óbito.
Tudo necessário e louvável. Tudo importante e urgente, para o saneamento desse corpo doente chamado Brasil. Todavia, no conjunto de procedimentos de socorro – exercícios de cidadania – outra medida profilática para controle das infecções se faz imprescindível: a qualificação do voto. O esforço hercúleo no combate aos ladravazes, às quadrilhas, ao crime organizado que atua no país e com tentáculos no exterior, de nada adiantará, se o eleitor não melhorar sua capacidade de análise sobre candidatos e exercício do voto.
É urgente que os eleitores “chamem para si a responsabilidade”. O segredo da democracia, pelos exemplos bem sucedidos, está na qualificação do voto e na eterna vigilância. Depois de cada faxina cuidar do quem vem depois, para não trocar o seis pela meia dúzia.
Gilberto Clementino dos Santos
Análise política
